Arrebatador. Se tem um adjetivo que define bem o efeito do futebol, é esse.
Exatamente por isso, marcas relacionadas ao futebol não precisam de grandes esforços para ser um sucesso de mercado. Basta o time do coração lançar uma camisa nova e pronto: lá está o torcedor buscando onde comprar.
De pequenos souvenirs a uniformes completos, tudo o que tem o logo ou o nome do time vira paixão imediata. E o que é sonho de consumo da torcida pode se transformar em muito dinheiro no cofre dos clubes.
É aí que entra o licenciamento da marca, uma fonte de renda que, segundo especialistas, ainda é pouco explorada pelos times de futebol no Brasil, levando-se em conta o potencial desse mercado para o esporte.
De acordo com a Global Licensing Industry Study, o Brasil é o 8º país do mundo em faturamento no setor de licenciamentos. No ano passado, a receita com produtos licenciados chegou a US$ 5,9 bilhões, sendo US$ 580 milhões no mercado esportivo, quase 10% do total.
Só o Flamengo, clube brasileiro com a maior torcida e maior receita do país, de acordo com a Sports Value, movimentou R$ 88 milhões em licenciamentos de sua marca.
Pelos números astronômicos, você pode avaliar o quanto esse mercado é promissor para os negócios, certo? Imagine ter uma marca tão valiosa que apenas estampá-la em alguns produtos é o suficiente para fazer dinheiro.
E, mesmo que você não seja o Flamengo, ainda pode se beneficiar dessa oportunidade de renda tão vantajosa. Neste artigo, vamos mostrar como os clubes de futebol usam o licenciamento de suas marcas para que você entenda, se inspire e marque um golaço para os negócios.
O que é licenciamento de marca
O licenciamento de marca é como um contrato de aluguel, em que o dono da marca concede os direitos de uso de seu nome ou imagem para que outra empresa explore comercialmente.
No mundo do futebol, trata-se de uma estratégia que permite que os clubes ampliem a visibilidade da sua marca e gerem receita adicional com a venda de produtos e serviços que apresentam seu nome e sua identidade visual. Assim, é possível monetizar a paixão dos torcedores, levando o amor pelo clube para além das arquibancadas.
Para ter direito a explorar a imagem de um time, outras empresas pagam royalties ao dono da marca, ou seja, um percentual sobre o valor gerado com as vendas ou a prestação de serviços que utilizam esse licenciamento. Geralmente, esse percentual fica entre 3% e 14%, de acordo com o segmento.
Além de marcas esportivas, também é possível licenciar outros tipos de marcas, como:
Como ter uma marca licenciável
O licenciamento é uma aposta extremamente rentável, mas não é uma fórmula mágica para fazer dinheiro. Para que outras empresas se interessem em licenciar sua marca, é preciso que ela tenha requisitos para isso.
E ter conquistado o coração dos fãs não é o bastante. Uma das exigências para entrar no setor de licenciamentos é ter o registro de marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Isso porque, comparando de novo com o contrato de aluguel, você não pode alugar um imóvel que não te pertence. Nesse caso, o Certificado de Registro da Marca, concedido pelo INPI, funciona como uma escritura que comprova que o imóvel é seu. Apenas com o registro, você se torna o legítimo proprietário da marca e pode licenciá-la.
Atentos a essa obrigação legal, muitos times estão formalizando a propriedade de suas marcas. Como você vai ver a seguir, apenas no grupo do G20, formado pelos 20 clubes brasileiros com maiores receitas, são 590 marcas registradas, além de outras centenas de pedidos tramitando no INPI.
O registro no INPI é apenas o primeiro passo para tornar sua marca licenciável. Veja um checklist do que não pode faltar para quem quer se tornar uma marca licenciada:
- registrar sua marca no INPI para se tornar o proprietário legal da marca;
- criar uma apresentação com informações e resultados importantes para prospectar empresas interessadas em licenciar sua marca;
- ter à mão toda a documentação exigida para firmar o contrato de licenciamento;
- estabelecer um prazo para exploração dos produtos licenciados;
- definir os royalties e formas de pagamento;
- estabelecer as condições mínimas para comercialização de produtos, como quantidade, investimentos em marketing e padrões de qualidade.
Exemplo da gestão de marcas do Flamengo
No universo do futebol, o Clube de Regatas do Flamengo não é apenas campeão de torcida. O time se destaca na gestão de marcas e é o único clube brasileiro com status de alto renome para a marca nominativa “Flamengo”, concedido em 2019 pelo INPI.
Percebendo como o direito de propriedade industrial pode ser um aliado poderoso para a geração de receita, o Flamengo vem brilhando no setor de licenciamento de marcas. Para obter o máximo desempenho nas finanças, o clube registrou 101 marcas no INPI e tem, ainda, centenas de pedidos em andamento.
O resultado pode ser mensurado em números. De acordo com levantamento da Sports Value, em 2022, o Flamengo foi o clube brasileiro com a maior receita no país, com R$ 1,2 bilhão faturado.
Desse total, R$ 88 milhões vieram de receitas geradas por produtos licenciados, superando com folga os R$ 42 milhões de 2021 e os modestos R$ 19 milhões de 2019. O licenciamento de marca, agora, representa uma fatia significativa de 7% da receita total do clube, comparado aos 2% de 2019.
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À medida que o futebol continua crescendo no Brasil, com recordes de público nos estádios e movimentando milhões na economia, os clubes aprimoram as estratégias de licenciamento de suas marcas para aproveitar a poderosa paixão que os brasileiros têm pelo futebol.
No entanto, antes de tudo, é preciso investir no registro de marca no INPI para garantir a propriedade do nome e logo que serão licenciados
Na Consolide, compreendemos a importância do registro para o sucesso dos negócios fora das quatro linhas e estamos prontos para ajudar todos os empreendedores a aproveitarem ao máximo o potencial de suas marcas.
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