Ilustração exclusiva da Consolide mostrando desenho de uma mulher "cartoonizada" segurando um megafone, simbolizando a "voz da marca", fundo da imagem em cor branca

Para definir o tom de voz de uma marca, você precisa conhecer bem o seu público-alvo, ser original e manter a consistência nas comunicações, além de fazer um estudo de concorrência e, através dele, saber como você pode se destacar.

E não dá para deixar essa definição para depois: o tom de voz faz parte do processo de branding e de produção de conteúdo do seu negócio, e existem várias etapas para conseguir chegar a uma identidade de comunicação ideal.

Afinal, é ele que vai indicar como sua empresa vai se comunicar com o seu público, qual é a personalidade dela e o que vai apontá-la como diferente e especial num mar cheio de instituições desinteressantes e pouco autênticas.

Quer sair na vantagem nesse quesito? Continue a leitura que eu explico quais são os tipos e para que servem e trago exemplos inspiradores!

O que é e para que serve o tom de voz de uma marca?

O tom de voz de uma marca é a forma como ela se comunica com seu público-alvo. É algo que representa a personalidade de uma empresa através do estilo de comunicação que ela usa, o que faz com que as mensagens sejam transmitidas pensando em chamar a atenção de quem deve recebê-las.

É daí que vem o uso de gírias, slogans e até jingles criativos que fazem com que algumas campanhas sejam virais e atinjam em cheio a audiência de um negócio. Apostar em modos de comunicação próprios e autênticos faz com que sua marca tenha mais credibilidade, seja vista como mais humana e palpável para os grupos que você quer atingir.

Só que, para encontrar um tom de voz da marca que dê um bom retorno, você precisa seguir as dicas apresentadas a seguir.

Como definir o tom de voz da marca em 5 passos

Para definir o tom de voz da sua marca, saiba que não existe uma fórmula mágica. É um processo que pode envolver diversos profissionais diferentes, além de tempo, e, por isso, a dica é começar a pensar nele o quanto antes.

1. Entenda o “jeito de ser” da marca

Para ajudar na personificação da marca, responda a algumas perguntas sobre como é a sua marca ou como você gostaria que ela fosse percebida, a exemplo destas:

  • Quais são os valores da minha empresa?
  • O que a minha marca representa?
  • O que a torna única, diferente das demais?
  • O que eu espero dos meus funcionários?

Com base nas respostas, imagine o seu negócio se ele fosse uma pessoa: ele seria alguém extrovertido ou tímido? Como se despediria dos clientes? Gírias fariam parte do vocabulário dele ou seria uma pessoa mais formal?

Essa organização levará você até o “jeito de ser” da marca, permitindo moldar um tom de voz característico para ela, o que é bem diferente de escolher qualquer personalidade que você se identifique mais.

Como dono(a) de um negócio, você pode ser uma pessoa super extrovertida e carismática, porém, sua marca pode pedir um tom mais sério e formal, como acontece com hospitais, escritórios de advocacia e instituições financeiras, ou seja, a chave está em conhecer também com quem você se comunica.

2. Analise o seu público-alvo

Para ser certeiro na hora de conversar com seus clientes, é preciso conhecê-los com mais profundidade. Você tem que entender quem são, o que fazem, como consomem e como se comunicam.

A partir daí, será mais fácil definir um tom de voz que faça sentido com a personalidade tanto da sua marca quanto do seu cliente.

Não seria muito comum uma sorveteria familiar de bairro usar uma linguagem super formal e rebuscada para convidar a vizinhança para consumir por lá, concorda?

Os clientes poderiam se sentir mais afastados e intimidados a consumir os produtos, já que, provavelmente, não se identificariam com a linguagem utilizada e, aí, sua propaganda estaria surtindo o efeito contrário.

3. Faça um estudo da concorrência

Esteja constantemente ligado(a) em outras marcas do mesmo setor que o seu, seja para se atualizar sobre as tendências ou para encontrar oportunidades de ter um tom de voz mais autêntico no meio.

Tudo isso pode ser notado ao estudar sua concorrência, observando o que pode estar faltando no mercado e buscando se diferenciar trazendo uma comunicação que atenda a esse déficit, caso combine com a identidade da sua marca.

4. Inclua sua equipe no processo

Tão responsáveis quanto você por essa definição são as pessoas que trabalham na sua equipe, principalmente as que cuidam do marketing e do atendimento ao cliente! Por isso, busque incluí-los no processo de criação do tom de voz da marca.

Faça reuniões de brainstorming, discuta os objetivos da empresa, converse sobre alternativas e combine tudo em conjunto com seu time, assim, todos estarão por dentro do tipo de comunicação que deverão utilizar.

5. Faça testes iniciais

Após chegar a uma conclusão sobre o tom de voz da sua marca, faça testes em diferentes canais de comunicação, como posts em redes sociais, panfletos ou até mesmo no atendimento ao cliente, e esteja preparado(a) para feedbacks.

Dependendo de como o público reagir, seja um resultado positivo ou negativo, você poderá fazer ajustes ou, no pior dos cenários, estará em tempo hábil de mudar completamente a sua abordagem.

Até porque existem diversos tipos de tom de voz que seu negócio pode adotar de acordo com a identidade idealizada, o seu público e os objetivos traçados para a comunicação. Conheça alguns a seguir!

Tipos de tom de voz da marca: comparativos e exemplos

Formal, sério, casual, engraçado, respeitoso ou irreverente: esses são os principais tipos de tom de voz que você pode escolher na hora de incorporar uma personalidade à sua marca!

Todos eles foram analisados em uma pesquisa do Nilsen Norman Group, consultoria americana de interface e experiência do usuário, e eu os traduzi de forma breve e exemplifiquei para ajudar ainda mais você nessa busca.

Confira adiante!

Voz formal vs. casual

Enquanto usar um tom formal pode trazer autoridade para a sua marca, ele também pode acabar deixando ela muito impessoal. Já uma linguagem mais casual é usada para aproximar seu público se aplicada no contexto certo, embora possa fazer sua empresa não parecer muito profissional a depender do nível de informalidade.

Uma marca de relógios internacionais pode optar por uma comunicação mais formal, com informações sobre os produtos e a fabricação deles, sem emojis ou hashtags divertidas, tudo isso para parecer mais objetiva.

Já uma loja de produtos de beleza para jovens pode preferir por um tom mais casual, com postagens nas redes sociais que incluam imagens descontraídas e aliadas às tendências do momento, junto do uso de emojis e gírias para demonstrar que está por dentro do que está na moda.

Voz engraçada vs. séria

Uma comunicação mais engraçada não necessariamente serve para todas as empresas, e dosar o humor é a chave para ter sucesso com esse tipo de personalidade.

Se o seu negócio for uma cervejaria focada na produção própria, talvez seja legal usar um pouco do humor, aproveitando para usar o timing do fim de semana para caprichar nas postagens engraçadinhas chamando a galera para o happy hour!

Agora, no caso de uma adega que importa vinhos do exterior, provavelmente um comportamento mais sério e rebuscado combine melhor com o público-alvo do que tentar se comunicar usando piadocas e memes.

Voz respeitosa vs. irreverente

Não leve a mal e muito menos se engane: ser irreverente na comunicação não significa que a sua marca vá faltar com respeito com alguém! Isso porque a irreverência precisa estar ligada ao assunto sobre o qual sua marca vai tratar, e não ao leitor.

Uma confeitaria francesa pode usar uma linguagem mais elegante e respeitosa aliada a um design mais minimalista, e suas postagens nas redes sociais podem vir acompanhadas de uma fotografia bonita e alguma frase em francês, explicando o produto de maneira direta.

Agora, um anúncio de um salão focado no público masculino poderia facilmente vir escrito em um tom mais ousado sobre os tipos de corte de cabelo que estão na moda e o que já não se usa.

Tudo depende do que combina com a identidade da marca.

Voz entusiasmada vs. prática

Para deixar sua marca mais amigável, você ainda pode optar por um tom mais entusiasmado, com cuidado para o “papo” não ficar tão cansativo. No outro extremo, um tom prático é mais simples, porém, pode surtir o efeito contrário e transparecer falta de personalidade.

Um bom exemplo para entender o primeiro tom é a marca Red Bull, conhecida por ter uma comunicação mais energética, ligada a aventuras e atividades radicais. Todo o diálogo deles é pensado dentro disso, para inspirar e motivar seu público.

Agora, uma marca que faz muito bem uma comunicação prática é a Natura, focada em produtos de cuidados e higiene pessoais. Desde o design, a cartela de cores, até as propagandas, tudo é ligado à simplicidade e sustentabilidade de maneira prática e objetiva.

E, como última dica, não fique preso em só um dos extremos de cada tom de voz. A Netflix, a Apple, a Havaianas e o iFood, dentre outros vários nomes de todos os portes e setores, flutuam entre vários pontos, moldando-os para ficarem ainda mais parecidos com as suas personalidades – e campanhas!

Combine os tons, as expressões e as identidades até encontrar uma que agrade seu público e traga o retorno financeiro e comercial que você deseja e, a partir daí, é só colocar a boca no trombone e a voz da sua marca no mundo!