A identidade de marca serve para definir e apresentar os aspectos principais de uma empresa, diferenciando-a da concorrência e criando a percepção que as pessoas têm em relação a ela. Só uma identidade bem trabalhada permite ao consumidor distinguir dois negócios que vendem a mesma coisa, por exemplo.
Segundo uma pesquisa realizada no ano de 2023 pela plataforma Guia dos Melhores, que investiga as melhores alternativas de compras para cada nicho em determinados períodos, 54% dos consumidores brasileiros levam em consideração a identificação que eles sentem com as marcas para tomarem decisões de compra.
Esse é mais um dos vários números do mercado que mostram a importância de investir nos principais aspectos do seu negócio, não é mesmo? Quem concorda, respira – e, além de respirar, vale ler este artigo até o final.
O que é identidade de marca?
A identidade de marca é o conjunto de elementos verbais, visuais e sensoriais que uma empresa estabelece como sendo parte de sua existência e passa a usar para mostrar a investidores, consumidores e outras pessoas que ela é única, diferenciada e reconhecível.
Essa identidade está, portanto, diretamente atrelada ao posicionamento, à cultura organizacional e à missão, visão e valores do negócio. Não à toa, defini-la e trabalhá-la vai tornando a empresa cada vez mais humana e agregando à marca um valor que vai além do financeiro.
E mais: ela também ajuda a empresa a segmentar sua comunicação para conversar diretamente com o público-alvo e, por causa disso tudo, tanto a fidelizar quanto a atrair clientes.
5 principais elementos de identidade de uma marca que exigem atenção
São cinco as dimensões que definem os elementos da identidade de uma marca: física, cultural, da intersubjetividade, do significado e da mentalização. Para simplificar, para cada detalhe visual e contextual da existência de qualquer empresa será importante ter um atributo de marca.
- Dimensão física: tem a ver com tudo aquilo que faz a marca ser reconhecida, como embalagens, logotipo, cores, site, lojas, redes sociais etc.
- Dimensão cultural: é justamente a dimensão dos valores e princípios básicos; daquilo em que a marca acredita e de como ela defende suas crenças, como programas inclusivos ou ações ambientais.
- Dimensão da intersubjetividade: trata dos aspectos responsáveis por humanizar a marca e, portanto, está ligada à criação de personas, às produções de marketing, aos comerciais e similares.
- Dimensão do significado: representa a contextualização dos produtos ou serviços e, portanto, sua conexão ao comportamento do cliente; o significado que ela tem para quem a consome. Consumidores de tênis da marca Vans, por exemplo, dentro da dimensão do significado, são frequentemente associados a skatistas.
- Dimensão da mentalização: refere-se à forma como a empresa passa a fazer parte do dia a dia, sendo mentalizada e lembrada pelas pessoas que a conhecem e, muitas vezes, criando seus próprios advogados da marca, ou seja, seus fãs, que compram sempre e indicam mais ainda!
Todos esses aspectos trazem identidade para uma companhia, assim como uma pessoa que usa não só o RG para se identificar, mas também sua aparência, costumes, hobbies, comidas favoritas e afins.
Dá para trabalhar só uma dimensão ou outra? A resposta é sim, mas só a junção de todas – mesmo que sejam aperfeiçoadas uma a uma e aos poucos – lhe permitirá alcançar o máximo dos seus objetivos como empreendedor(a).
Exemplos de identidade de marca
A Apple é um ótimo exemplo de identidade de marca, já que tem um logotipo conhecido, produtos com designs diferenciados e característicos, lojas com um visual único e um posicionamento extremamente claro sobre investimentos em tecnologia.
Mas até as referências menos conhecidas mundo afora podem servir para ilustrar melhor esse assunto!
- Uma casa mineira que só vende pães de queijo feitos com queijo da Serra da Canastra
- Uma marca de vestidos que se destaca porque só faz estampas de gatinhos e prioriza a costura à mão de todas as peças
- Uma empresa de cosméticos naturais que foca nos cuidados com peles alérgicas
- Uma cervejaria que só faz produtos artesanais e cultiva parte de seus insumos
- Uma loja especializada na venda de produtos para o consumo de Tereré, bebida típica Sul-Matogrossense
E por aí vai!
Analise cautelosamente cada exemplo e tente identificar elementos pertencentes à sua essência. Conseguiu? Se sim, você já começou uma investigação mais aprofundada sobre fatores que compõem a identidade de uma marca corporativa.
Quais são os objetivos dos elementos da identidade de marca?
Só os elementos da identidade e a busca constante por aperfeiçoá-los conseguem ajudar qualquer empresa a construir uma imagem de marca forte e verdadeira, indo além de “simplesmente” se posicionar no mercado.
Enquanto o posicionamento diz respeito a como a companhia se apresenta, a imagem trata de como a marca é vista pelos outros de fato, por isso, sem elementos muito bem definidos e trabalhados, você acaba colocando a sua reputação em risco, entendeu?
E, depois de feito tudo como manda o figurino, quem quiser se orgulhar em dizer que é dono(a) de uma love brand – uma marca super, ultra, master, blaster amada! – ainda precisa se preocupar com os diferenciais.
11 dicas para diferenciar a identidade de marca da sua empresa
Investir em publicidade, treinar os funcionários e criar um mote de marca são algumas das melhores maneiras de diferenciar a sua identidade de marca, mas não as únicas. Antes de ir, confira mais de uma dezena de dicas de quem já passou pelo mesmo processo que você!
1. Invista em publicidade
Se você tem certeza de que trabalhou direitinho os elementos da identidade da sua marca, agregando a ela pontos que a concorrência não traz, aposte na publicidade online ou offline para mostrar isso às pessoas.
Caso o orçamento esteja limitado, uma dica é experimentar anúncios nas redes sociais que permitam definir um valor máximo de investimento e segmentar o público de interesse.
2. Treine seus funcionários
Aplique treinamentos e rodas de conversa para que todos entendam como encaixar a cultura organizacional naquilo que fazem no dia a dia e, principalmente, no contato com os clientes.
Isso também vai diferenciar a identidade do seu negócio, afinal, muita gente vai sair da loja ou encerrar uma negociação dizendo: “nossa, nunca fui tão bem tratado(a) fazendo compras!” ou “caramba, me identifiquei demais com essa marca!”.
3. Use as redes sociais a seu favor
Unindo as duas dicas anteriores e ainda pensando na reflexão da cultura da empresa, use as redes sociais a seu favor. Se a sua marca for despojada, faça conteúdos mais divertidos e engraçados para engajar os seguidores e, se for mais “séria”, aposte nas postagens informativas, por exemplo.
4. Tenha um manual de identidade visual
Um manual de identidade visual é um documento que apresenta as principais regras de uso da logomarca da sua empresa. Nele, precisam estar todas as cores, as dimensões, os modelos e as variações de aplicação da logo para que ela seja sempre reconhecida.
Com esse documento, você já avança na garantia de que a sua marca jamais será deturpada, plagiada ou usada de forma errada por qualquer pessoa nos mais diversos momentos, como em uniformes, embalagens ou fachadas de lojas, apesar de só conseguir ter certeza após registrá-la devidamente, mas o papo é pra outra dica, então, segue o fio!
5. Crie um mote para a sua marca
Um mote é igual a uma assinatura publicitária, ou seja, é uma pequena frase que resume o posicionamento, o produto ou serviço ou a experiência que a empresa busca oferecer para as pessoas.
“Amo muito tudo isso”, “Te dá asas”, “A verdadeira maionese” e até “Pamonhas fresquinhas de Piracicaba” podem servir como inspiração.
6. Explore os sentidos dos consumidores
Vários dos elementos da sua marca, trabalhados no momento da definição da identidade dela, podem ser usados para você explorar os sentidos dos consumidores – tato, olfato, visão, paladar e audição.
Faça testes! Dá para colocar um cheiro característico em sua loja, decorá-la com cores específicas – seja no ambiente físico ou virtual – ou oferecer experiências como degustações. Use a imaginação, além da pesquisa de referências.
Experimente também o chamado “sound branding”: tocar músicas que façam sentido para o público-alvo e para as visões, missões e valores do negócio. Separá-las em uma playlist pode ser a melhor ideia.
7. Defina um tom de voz
Até para treinar os funcionários e criar um mote, o tom de voz – como a sua marca deve se comunicar, seja de forma despojada, alegre, séria, formal ou informal – precisa estar bem estabelecido, então, não vai ser surpresa se uma coisa levar à outra e todas, juntas, acabarem na diferenciação da sua marca frente à concorrência, né?
Redes sociais, e-mails, folhetos, posts pagos e até mesmo a forma de falar sobre o negócio deve seguir esse tom, o que trará, inclusive, uma identidade única para as vendas.
8. Conheça o seu público-alvo
Quem tenta falar com todo mundo, acaba falando com ninguém, então, conheça muito bem quem é o seu público de interesse e sempre trabalhe os componentes da identidade de marca baseado(a) nisso.
Faça uma pesquisa de mercado antes mesmo de começar a vender e depois aplique a estratégica periodicamente para ter certeza de que está sempre por dentro das necessidades dos seus consumidores. Em paralelo, analise relatórios e dados fornecidos pelas suas plataformas de gestão e até extraídos de redes sociais, dentre outros.
9. Experimente a técnica de criação de um prisma de identidade de marca
O prisma de identidade de marca nada mais é do que uma ferramenta muito simples para você visualizar os principais elementos da essência do seu negócio de forma clara, inclusive, aplicando suas considerações a partir da visualização em todas as outras dicas mencionadas até aqui.
Ele vai conter informações que a marca deve exteriorizar, ou seja, mostrar para os outros, e informações que devem ser usadas internamente, para a construção da cultura organizacional, para os treinamentos de funcionários, para a definição de posicionamentos etc. E vai ficar mais ou menos assim:
Se precisar de ajuda no preenchimento, imagine como a marca se comportaria se fosse uma pessoa de verdade!
10. Não esqueça do pós-vendas
Depois de tanto trabalho, o pior que você pode fazer é deixar o pós-vendas em segundo plano!
Não só a hora da compra precisa ser diferenciada, mas o que acontece depois dela também, e atitudes simples, como mandar um e-mail ou uma mensagem perguntando se está tudo certo com o produto ou se correu tudo bem com o serviço, já têm grandes impactos na percepção dos consumidores em relação à sua marca e, consequentemente, na diferenciação da identidade dela.
11. Registre sua marca
Nenhum outro diferencial é tão gritante aos olhos dos consumidores do que uma marca que tem um selo de certificação e registro emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), então, se você quer mesmo ter uma identidade única, preocupe-se em cumprir essa etapa antes das outras, preferencialmente contando com especialistas em registro de marca para ajudá-lo(a) do início ao fim do processo.
E, vem cá, você percebe como tudo está direta ou indiretamente atrelado à experiência do cliente? É sobre isso! Agora… Se pra você não for “sobre isso e tá tudo bem”, como falam hoje em dia, precisa vir a ser, viu? O quanto antes!
Estou à disposição se precisar.
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