Vejamos um exemplo de como o empreendedorismo feminino é presente em nosso dia a dia: uma professora de educação infantil trabalha 44 horas semanais em uma escola estadual, de segunda a sábado, mas à noite e nos finais de semana faz bolos deliciosos sob encomenda para festas infantis. Ela garante sua clientela porque os próprios alunos fazem propaganda “boca a boca” de suas receitas.
Agora diga: você provavelmente já ouviu ou presenciou dezenas de histórias parecidas com essa. Essa professora é, além de ótima profissional no colégio, uma empreendedora. E como ela, existem milhares de pessoas do sexo feminino que empreendem - mesmo mantendo os trabalhos formais com carteira assinada, e enfrentando tripla jornada como mãe e dona de casa.
O termo ‘empreendedorismo feminino’ pode até ser uma variação da palavra empreendedorismo, mas não é desnecessário. Um estudo realizado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) com apoio do Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional (IBQP), Sebrae e Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que quase 52 milhões de pessoas são donos do próprio negócio no Brasil e 41% destas são mulheres.
Empreendedorismo feminino: 4 características das mulheres na liderança
Capitaneado pelas mulheres, o empreendedorismo tem um impacto positivo no mercado e na economia brasileira. A dupla ou tripla jornada - como empreendedoras, donas de casa e, muitas vezes, chefes de família - continua um obstáculo, mas ainda assim as mulheres tomam decisões proativamente, e não enxergam dificuldades em articular novos empreendimentos.
No cenário do empreendedorismo, algumas características femininas são peculiares, e podem ser o tempero ideal em um novo negócio. Veja 4 delas:
#1 Qualidade nos relacionamentos interpessoais
Embora a autoconfiança das mulheres ainda seja menor do que a dos homens no que diz respeito à criação de novos negócios, um dos fatores que definitivamente pode fazer a diferença é a qualidade nos relacionamentos e nas conexões femininas.
Por natureza, as mulheres são empáticas em relação aos colaboradores, sócios, clientes e fornecedores. Essa cooperação incentiva o entrosamento entre a equipe de trabalho e facilita a liderança horizontal.
#2 Capacidade de ser multitarefas
Responda rápido: quem você acha que tem a maior habilidade em desempenhar várias tarefas em conjunto, o homem ou a mulher?
As mulheres têm maior facilidade na execução de tarefas que impliquem a memória e também o uso das capacidades cognitivas sociais. Isso porque o chamado conectoma humano desenvolve-se de forma diferente nos homens e nas mulheres, conforme um estudo da Universidade da Pensilvânia, nos EUA.
Tradicionalmente, as mulheres conseguem desempenhar várias atividades ao mesmo tempo, e essa é uma vantagem e tanto no empreendedorismo.
#3 Resiliência
Segundo o Instituto Brasileiro de Coaching, a palavra resiliência vem do latim: Resilire, que significa “voltar atrás” e pode ser definida como a capacidade que cada pessoa tem de lidar com seus próprios problemas, de sobreviver e superar momentos difíceis, diante de situações adversas. Podemos dizer que muitas mulheres têm resiliência de sobra, não é mesmo?
O sexo feminino tem capacidade de encarar instabilidades frequentes, já que conseguem dar conta de vários papéis no dia a dia: mulher, esposa, mãe, dona de casa, trabalhadora, gestora…
#4 Sensibilidade
A quarta característica feminina muito valorizada no universo do empreendedorismo é a sensibilidade. Sendo esta uma figura maternal, a mulher sempre usou deste atributo ao longo da história da humanidade, principalmente com a família.
Ao levar a sensibilidade para os negócios, o sexo feminino dá atenção aos detalhes, o que faz a toda diferença na gestão.
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Obstáculos e desafios do empreendedorismo feminino
É fato que o empreendedorismo, de maneira geral, oferece desafios. Uma das maiores dificuldades para as mulheres é manter o equilíbrio entre as atividades profissionais e a vida em família. Em muitos casos, as donas do próprio negócio percebem que o tempo dedicado à maternidade e à família reduz-se drasticamente.
Outros desafios para a mulher empreendedora envolvem:
- Como falamos antes, frequentemente a autoconfiança feminina é menor do que a masculina. Em uma pesquisa realizada na Austrália, 57% dos homens entrevistados declararam acreditar que tinham as habilidades e o conhecimento necessários para abrir um negócio, em comparação com 30% das mulheres.
- Em setores de inovação e tecnologia, por exemplo, a presença feminina é extremamente baixa. Dados de 2015 mostram que a participação de mulheres nesse setor caiu 19% mesmo com os avanços tecnológicos dos últimos anos.
- Análises feitas pelo Sebrae mostram que as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens, mas ainda assim continuam ganhando 22% menos que o sexo masculino. Pra você ter uma ideia, em 2018 os homens empreendedores tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831.
- Quando falamos em acesso a linhas de crédito e financiamento, há alguma desvantagem para as empreendedoras: o valor médio de empréstimos é de aproximadamente R$ 13 mil a menos que a média liberada aos homens (dados do Sebrae).
Mas nem só de obstáculos se vive no universo do empreendedorismo, né? Há muitas e muitas coisas boas nesta jornada.
Se você deseja ter o seu próprio negócio, mas ainda não tem ideia de como começar, faça uma maratona lendo (ou ouvindo!) alguns conteúdos do nosso blog:
+ 5 lições de empreendedorismo de Madam C. J. Walker
+ Como criar uma marca: o guia absolutamente completo
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Esperamos ter ajudado você! Se tiver alguma dúvida, sugestão ou quiser contar sua própria experiência, deixe o seu comentário!
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