Não abra a sua empresa sem antes checar a viabilidade do negócio e criar um plano de negócios! Faça uma lista de todos os recursos que serão necessários para esse início, a exemplo do capital e de instrumentos de trabalho, busque as autorizações necessárias para operar e tenha clareza sobre o perfil do seu público-alvo.
Começar um empreendimento é o sonho de milhões de brasileiros e, só em 2023, foram abertas quase 4 milhões de empresas no país, de acordo com dados do governo federal. O porém é que algumas não sobreviveram nem ao primeiro ano de funcionamento porque não tiveram precauções como as listadas aqui em cima e no decorrer deste artigo!
Para não se perder no caminho e fazer bonito por aí, siga a leitura, anote todos os detalhes e compartilhe suas aflições com quem já está nesse universo. Muito prazer, aliás.
O que saber antes de empreender?
Pare tudo o que está fazendo, certifique-se de conhecer, tim-tim por tim-tim, os custos do seu negócio – pelo menos os investimentos iniciais e custos fixos! –, e não misture suas despesas pessoais com as destinadas à abertura do estabelecimento.
Outro artigo publicado no blog da Consolide explica em detalhes o que saber antes de empreender: salve para ler depois.
Como abrir seu próprio negócio?
Ficou por dentro de estratégias que antecedem qualquer decisão e escolheu bem o nicho em que você vai atuar? Já deu o primeiro passo! Tendo consciência sobre o público-alvo, olhe para concorrência tanto como consumidor(a) quanto como empreendedor(a) e busque se diferenciar.
Em seguida, parta para o passo a passo da criação do seu negócio propriamente dita.
Como criar e abrir uma empresa do zero: passo a passo
Elabore um plano, coloque no papel um primeiro esboço, vá pensando em como construir a sua equipe e entenda que você pode, sim, abrir um negócio com pouco dinheiro, desde que acerte onde e como investir cada centavo! O mesmo vale para microempresas, pequenos e médios empreendimentos e assim por diante.
1. Elabore um plano de negócios
Cada detalhe das etapas a serem seguidas para você dar vida à sua empresa devem estar detalhados no plano de negócios, pois ele vai funcionar como um roteiro para que seu empreendimento já abra as portas com uma base sólida e estruturada.
O que precisa constar nesse documento?
- Nome do projeto
- Público-alvo
- Descrição dos produtos ou serviços ofertados
- Canais de vendas
- Detalhes sobre como vai ser feita a precificação
- Análise da concorrência
- Planos para competitividade
- Composição, formas de contratação e remuneração da equipe
- Estratégias de finanças e investimentos
- Planos de publicidade e propaganda
A ideia é usá-lo como um mapa de processos, objetivos e metas.
2. Pense na logomarca
Tão importante quanto ter um excelente plano, produto ou serviço é conseguir transmitir suas visões, missões e valores por meio de um nome, um símbolo, uma identidade visual etc., então, pense em como você vai criar uma logomarca única.
Você vai ver mais à frente que, além disso, será necessário verificar sua viabilidade e registrá-la, mas é importante , já direcionar o seu foco para a escolha de cores, formas, fontes e até do tom de voz da marca antes de chegar a essa etapa.
3. Defina o modelo do seu empreendimento
Isso significa escolher através de quais meios você vai vender seus produtos ou serviços: lojas físicas, e-commerce ou os dois. É o modelo que dita quais serão, no futuro próximo, as estratégias a serem adotadas na busca por melhores resultados.
4. Adeque-se juridicamente
Pondere se o seu projeto vai incluir sócios ou diferentes gestores ou se você vai seguir carreira solo. Você precisa saber disso para decidir, preferencialmente junto com um contador e um advogado, se o negócio será inscrito junto aos órgãos municipais, estaduais e federais como:
- pertencente a um Empresário Individual (EI) – sem sócios, sem separação de patrimônios, com capital social mínimo de R$ 1 mil;
- pertencente a um Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) – sem sócios, mas com o titular tendo seu patrimônio pessoal separado do empresarial e capital social mínimo de 100 salários-mínimos vigentes;
- Sociedade Empresária Limitada (LTDA) – organizada por um grupo de sócios para vender produtos, com patrimônios pessoais e empresariais separados;
- Sociedade Simples – um empreendimento no qual todos os sócios têm a mesma área de atuação, como escritórios de advocacia;
- Sociedade Anônima (SA) – dividida em ações, com responsabilidades limitadas apenas aos acionistas, podendo ser de capital aberto ou fechado; ou
- Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) – apesar de se chamar assim, é um modelo muito similar a um EIRELI, já que pode contar com apenas um titular do empreendimento, embora sem a necessidade do capital social mínimo.
Outra alternativa é abrir seu negócio como trabalhador autônomo ou Microempreendedor Individual (MEI).
5. Adeque-se tributariamente também
Isso significa definir em qual regime tributário a empresa se encaixa, dependendo do tamanho e da área de atuação:
- Simples Nacional – regime de tributação simplificado criado para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) com faturamento bruto de até R$ 4,8 milhões por ano;
- Lucro Real – regime cujos impostos são calculados com base no lucro líquido e, portanto, no dinheiro que sobra em caixa após o pagamento das contas, obrigatório para empresas que faturam mais de R$ 78 milhões por ano; ou
- Lucro Presumido – regime cujos tributos são calculados de forma estipulada, de acordo com uma estimativa de lucro, podendo variar de 8% a 32% do faturamento mensal.
O regime dita quais impostos precisam ser pagos por você todos os meses ou anos, então, mais uma vez, conte com orientações de contadores ou advogados.
6. Escolha o local mais apropriado para as instalações
Nem sempre o centro de uma cidade vai ser a melhor opção para determinado negócio, assim como, muitas vezes, bairros mais afastados daqueles com maior circulação de pessoas acabam não sendo a primeira alternativa de alguns empreendedores.
Escolha seu endereço de acordo com a logística envolvendo recebimentos de insumos vindos dos fornecedores e envios dos produtos finais, por exemplo!
Considere ruas, avenidas e rodovias, a intensidade do trânsito nos arredores, a qualidade do sinal de telefonia e internet se a sua empresa depender completamente desses serviços e os valores de aluguéis, dentre outros fatores.
7. Faça um contrato social
O contrato social é crucial para resguardar direitos e deveres de todos os envolvidos no seu negócio, por isso, deve estar dentre as suas prioridades para abrir as portas com tudo em ordem.
Abaixo, você confere um checklist dos principais dados necessários à elaboração do documento.
- Identificação do(a) empreendedor(a) e dos sócios, quando houver: nomes completos, nacionalidades, estados civis, profissões, números de RG e CPF e endereços residenciais.
- Objeto social da empresa: a descrição detalhada qual será a atividade principal da empresa, ou seja, do que ela vai fazer e vender.
- Capital social: é a forma como cada sócio vai contribuir com a empresa, seja em dinheiro, bens ou serviços.
- Administração: indica se a gestão será colegiada e, portanto, todas as decisões serão tomadas em conjunto ou se a empresa terá um único administrador ou um conselho administrativo para controlá-la.
- Distribuição de lucros e prejuízos: mostra de que maneira os ganhos e as perdas serão distribuídos entre os sócios.
- Assinaturas com firma reconhecida: ilustra as assinaturas de todos os envolvidos exatamente como aparecem em seus documentos de identificação, reconhecidas em cartório para garantia de validade jurídica – ou, atualmente, realizadas em forma de assinatura eletrônica através de plataformas certificadas.
Atenção: o contrato é indispensável para a existência da sua empresa, por isso, conte com um(a) advogado(a) especialista no assunto para não ter erro!
8. Registre a empresa na Junta Comercial
Outro registro necessário será o dos negócios junto ao chamado “Cartório de Registro de Pessoa Jurídica” ou à Junta Comercial, preferencialmente contando com o suporte de profissionais de advocacia e contabilidade para que tudo aconteça dentro das regras impostas pelos órgãos.
Para o registro acontecer, você precisa, ainda, pagar taxas obrigatórias específicas. Consulte-as!
9. Crie um CNPJ
Com o registro em mãos, você poderá criar o seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), obrigatório para a sua operação como pessoa jurídica.
Na verdade, por existir uma integração entre os sistemas da própria Junta Comercial e da Receita Federal, a emissão de um CNPJ costuma ser solicitada automaticamente se você fornecer todos os documentos necessários já na ida ao primeiro órgão.
Caso isso não ocorra, entre em contato com a Receita pela internet e dê entrada no pedido.
10. Faça sua inscrição estadual ou municipal
Novamente junto a um(a) contador(a), entenda se o seu estabelecimento vai arcar com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou com Imposto sobre Serviços (ISS). Para o primeiro, você precisará de uma inscrição estadual e, para o segundo, de uma inscrição municipal.
Veja detalhes na tabela.
Tipo de inscrição | Órgão público | Documentos |
Estadual | Secretaria da Fazenda do estado sede da empresa | Contrato social, comprovante de endereço dos sócios e outros solicitados pelos próprios órgãos |
Municipal | Prefeitura da cidade sede da empresa |
Anote: empresas que arcam com ambas as tributações precisam das duas inscrições.
11. Registre sua marca o quanto antes
Ainda dentro das burocracias e tão importante quanto todos os procedimentos desta lista, depois de definir exatamente o que é a sua marca, garanta a proteção da identidade dela para eliminar riscos de plágios e outras complicações legais.
Para registrar o nome da empresa e todas as características que ela tem, você pode contar, sem sair de casa e de forma online, com especialistas em registro de marca que vão ajudá-lo(a) durante todo o processo de relacionamento entre o seu negócio e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) até a obtenção de um certificado que vale por 10 anos.
12. Obtenha os alvarás e as licenças necessários para operar
Desde 2019, por causa da Lei da Liberdade Econômica, empreendimentos considerados de “baixo risco” estão dispensados de obtenção de alvará de funcionamento, mas podem precisar de outros tipos de liberações, como um alvará sanitário.
Já as instalações consideradas de “alto risco”, devem passar por uma vistoria da prefeitura para receber especificamente esse documento. Consulte o órgão se não quiser enfrentar problemas.
13. Cadastre-se na Previdência Social
Por último, mas igualmente essencial para o cumprimento das suas obrigações, mesmo que a sua empresa não tenha nenhum colaborador, cadastre-se junto à Previdência Social, indo fisicamente a uma agência do INSS.
Só assim você poderá recolher o chamado “INSS Patronal” quando vier a montar uma equipe e garantir aos seus funcionários fixos que eles estejam devidamente registrados no sistema previdenciário, o que possibilita, para eles, o acesso a benefícios, como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade, dentre outros.
Ficou com dúvidas ou quer saber mais principalmente sobre o item #11 desta lista? Me escreva! Eu acredito no seu potencial. E você?
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