Mudar o posicionamento de uma marca e, portanto, fazer um rebranding, não é uma tarefa simples: essa precisa ser uma decisão pensada, nunca tomada do dia pra noite. Para começar, tenha clareza do que você deseja alcançar com a mudança.
Transformações assim podem acontecer por necessidade de realinhamento de propósito e/ou valores, em decorrência da entrada da marca em um novo mercado ou até por ela estar querendo alcançar um novo público-alvo.
Independentemente do motivo, seja estratégico(a). Criei este artigo com dicas e exemplos para ajudar!
O que é um rebranding? Qualquer mudança?
Um rebranding, sinônimo de reposicionamento de marca, é uma redefinição, renovação, transformação ou atualização de um ou mais aspectos de um negócio; ele é o processo pelo qual uma marca passa quando deseja se apresentar ao mercado de uma nova maneira.
Para entendê-lo, você precisa entender também o que é branding, e aceitar que, muito provavelmente,em algum momento da vida, a sua empresa precisará ser revisitada, afinal, os hábitos e comportamentos de consumo mudam com o passar dos anos.
Mesmo que você já tenha uma estratégia definida por anos, dificilmente a sua marca não passará por um processo de transformação, mas tome cuidado, porque o rebranding envolve vários fatores e não é simples e nem rápido.
Quando fazer um rebranding?
Considere fazer um rebranding quando quiser, de fato, mudar completamente o modo como o consumidor percebe a sua marca, interage com ela e consome seus produtos ou serviços.
São motivos que podem justificar um rebranding:
- Mudança no posicionamento
- Atualização de identidade visual
- Fusões e aquisições
- Percepção negativa da marca
- Expansão para novos mercados
- Diferenciação da concorrência
- Mudança no portfólio de produtos e serviços
Você sabia, por exemplo, que a Elo, empresa brasileira de bandeira de cartões, mudou toda a sua identidade visual em 2024?
Essa reformulação da marca pode ser considerada um rebranding, principalmente por que ela quis assumir uma personalidade mais brasileira e expandiu a atuação para além do meio de pagamento tradicional.
Hoje, a Elo se comunica muito mais com o público jovem, ao contrário do que acontecia antes.
Outros exemplos recentes de rebranding
E, como escrevi anteriormente, todo mundo está sujeito às mudanças, desde microempresas às gigantes e multinacionais. Bora ver mais referências!
Boca Rosa
Antes “Boca Rosa Beauty”, a marca de maquiagens da influenciadora Bianca Andrade investiu numa mudança para se apresentar de forma mais neutra e minimalista.
Enquanto a fundadora e CEO tirou a cor-de-rosa de cena de sua empresa, também atualizou seu posicionamento como influenciadora, tornando-se apenas “Bianca” e se posicionando como uma figura de autoridade.
O rebranding veio após o encerramento de anos de parceria entre Boca Rosa e Payot, grupo de detinha o licenciamento de seus produtos.
Itaú
Exemplo de rebranding estratégico e cuidadoso, o Itaú transformou sua marca – perto de comemorar 100 anos! – em 2023.
A cor laranja não foi deixada de lado, pelo contrário, ganhou mais destaque, mas a tipografia foi atualizada e outros detalhes alterados para que o banco se conectasse mais com as transformações digitais e culturais internas e externas.
Agregou-se ao famoso slogan “Feito para você” e a seus derivados, o slogan “Feito de futuro”, e até Fernanda Montenegro e Fernanda Torres entraram na dança.
Jaguar
No final de 2024, a Jaguar ficou marcada por um rebranding – e uma mudança de posicionamento surpreendente: a montadora que tem mais de 90 anos de história passou a fabricar carros apenas elétricos.
Sua nova marca foi criada como uma celebração ao modernismo, ganhando cores muito diferentes da paleta original.
O felino do logotipo? Foi retirado de cena! Muitos criticaram a decisão da exclusão dessa herança lendária da marca.
A Jaguar defendeu que o reposicionamento não a afastava do mercado de luxo ou da sua essência. Percebe como é preciso ter cuidado para a iniciativa não trazer prejuízos em todos os sentidos?
Como fazer um rebranding de forma estratégica? Veja o passo a passo
Uma boa estratégia de transformação de marca acontece com muita pesquisa, estudo e planejamento. Não é sempre que faz sentido a gente se apegar aos detalhes, mas nesse caso…
Anote o passo a passo sugerido!
1. Faça um diagnóstico do momento atual da marca
Através de pesquisas de mercado, análise da concorrência e coleta de feedbacks dos clientes e colaboradores, busque saber como sua marca é vista e percebida – no mercado e internamente.
Aproveite a oportunidade para identificar os pontos fortes e fracos tanto da operação quanto dos produtos ou serviços, de pré e pós-vendas etc., e entenda se os valores da marca ainda estão sendo bem representados na identidade e no tom de voz.
2. Defina objetivos claros para o rebranding
Identificou, no primeiro passo do processo, uma necessidade real de reposicionamento?
Então, defina os objetivos que deseja alcançar com o rebranding: atrair um novo público-alvo, superar uma crise de imagem, diferenciar-se mais da concorrência ou outro(s).
3. Estabeleça seu novo público-alvo
Ou certifique-se de que as pessoas interessadas pela sua marca continuam sendo as mesmas! Você precisa ter muita clareza sobre quem compra o que você vende e o que essa turma espera da sua empresa e de como ela se comunica.
Toda informação é válida, principalmente se a sua ideia for criar uma nova identidade visual e alterar o tom de voz dos conteúdos online e offline.
4. Trace a redefinição da identidade da marca
Conte com especialistas para planejar todas as alterações visuais e textuais necessárias para o reposicionamento. Das missões, visões e valores ao slogan, geralmente, tudo é alterado num reposicionamento – ou quase tudo!
5. Registre o que for necessário
Contando com especialistas em registro de marca, oficialize todas as alterações junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para garantir exclusividade sobre elas durante 10 anos, no mínimo.
Seu direito legal sobre a sua marca está em risco no decorrer de um rebranding, e só com o registro adequado você tem a certeza de mantê-lo. Obs.: a etapa vale mesmo se houver apenas mudanças no registro de slogan ou na identidade visual etc.
6. Trabalhe no lançamento da notícia ao mercado
Divulgue internamente todas as mudanças, ofereça os treinamentos necessários aos colaboradores, converse com franqueados (se tiver) e, só depois disso, apresente as mudanças ao mercado.
Você vai precisar de campanhas de marketing bem assertivas, de um preparo para gerenciar possíveis crises ou indícios delas, e da definição dos canais que serão utilizados.
Finalmente, capriche no social listening de tudo o que diz respeito à transformação da sua marca, praticamente voltando à etapa inicial do rebranding, mas com outro objetivo: saber os impactos causados e se são necessários ajustes na estratégia.
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